Quem nunca experimentou a sensação de um vazio inexplicável? A falta de algo que não se sabe o quê, ou que talvez nem mesmo tenha existido. Esses desconfortos mentais, temperados com sentimentos sobrepostos de ser e não ser, de estar e não estar, compõem a voz da narradora de Talvez Esther (Companhia das Letras).
A autora Katjia Petrowskaja, nascida na Ucrânia integrante da URSS, fez sua formação na Estônia e na Rússia até sua mudança para a Alemanha. Tendo desenvolvido seu pensar em russo, mas adotado o alemão como língua de escrita, ela explora a mente de uma narradora que busca preencher vazios do passado e completar o quebra-cabeças de sua história familiar, parcialmente perdida e/ou ocultada entre guerras, territórios, religiões e tempos passados modificáveis como só o passado pode ser.
Ambientado no curso do século 20, Talvez Esther é um misto de autobiografia familiar e de ensaio existencial, narrado da mesma forma fragmentada que caracteriza as histórias da autora e da personagem.
Durante a leitura de Talvez Esther e a escrita deste texto, me vieram à cabeça três livros com temáticas relacionadas: O mapeador de ausências de Mia Couto (Companhia das Letras), Tornar-se Palestina de Lina Meruane (Relicário Edições) e Viver entre línguas de Sylvia Molloy (Relicário Edições).
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Marcelo Titton
livreiro da Baleia
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